quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tricolor guerreiro vira e encosta no líder

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Por Leonardo Martins


Na abertura da 27ª Rodada do Campeonato Brasileiro. O São Paulo enfrentou o Náutico no Recife querendo encostar no líder Palmeiras. Em jogo eletrizante, o Tricolor teve pênalti contra defendido por Bosco, jogadores expulsos, mas conseguiu a virada por 2 a 1, conseguindo seu objetivo.

Enquanto Ricardo Gomes apostava no esquema com três zagueiros e Marlos no ataque com Borges, para ter mais velocidade, Geninho optou pelo experiente Carlinhos Bala e por Bruno Mineiro. A regra do anfitrião era usar o meio e as laterais para colocar bolas para a dupla na frente.

Bosco, que novamente substituiu Rogério Ceni, se destacou logo no início. Aos quatro minutos, Junior Cesar derrubou Patrick na área, e o pênalti foi marcado. Bruno Mineiro bateu mal e permitiu que Bosco fizesse a defesa. E o lateral são-paulino tomou o cartão amarelo.

Apesar da chance desperdiçada, o Náutico tinha mais posse de bola e levava perigo ao gol tricolor. De tanto tentar, conseguiu marcar o gol aos 12 minutos. Bruno Mineiro se redimiu do pênalti desperdiçado: na pequena área, ele tentou e Bosco espalmou. Mas aproveitou o rebote e empurrou a bola, que estava em cima da linha, para dentro do gol são-paulino: 1 a 0 para o Timbu.

O São Paulo não se encontrava em campo. Tinha dificuldades em criar as jogadas para a dupla de frente e até em marcar o adversário, que seguia chegando com mais perigo. Poucos lances do Tricolor se salvaram, como o de Jorge Wagner aos 28. Ele deu um chapéu no marcador e chutou de primeira, assustando o goleiro Gledson. Aos 31, foi a vez de Carlinhos Bala responder, de longe. Bosco espalmou, e Renato Silva, de peito, recuou para o goleiro.

Aos 33, o São Paulo voltou a ter problemas por reclamação. Após ser derrubado, Junior Cesar gesticulou por não ver a falta ser marcada, e acabou tomando o segundo amarelo, que gerou a expulsão. Antes mesmo da partida, o técnico Ricardo Gomes já havia mostrado insatisfação com os cartões desnecessários. Por causa deles, Washington e Dagoberto não puderam enfrentar o Timbu.

O Náutico seguiu no comando da partida até o fim do primeiro tempo, e o São Paulo procurou se organizar em campo. Sem Junior Cesar, Jorge Wagner caiu para a lateral esquerda. Mas o visitante não conseguiu mostrar um lance que desse a esperança do empate ao torcedor.

Mesmo com um a menos, Gomes não mexeu na formação da equipe. Geninho apostou no argentino Mariano Torres, emprestado pelo Corinthians. Logo aos dois minutos, Marlos arriscou o chute pela esquerda. A torcida tricolor presente nos Aflitos se animou, imaginando que o segundo tempo seria melhor para o time paulista.

A esperança até tinha fundamento, já que o São Paulo aparecia mais para o jogo, e em alguns momentos a bola chegava ao ataque tricolor. Mas o Náutico continuava apostando na velocidade e no fato de ter um a mais em campo e chegava com perigo ao gol de Bosco. O goleiro fez algumas defesas importantes e foi ajudado pela falta de pontaria do Timbu em outras ocasiões.

Gomes resolveu arriscar e mudar o jeito de jogar. Renato Silva saiu para a entrada de Hugo. E assim que a mudança foi feita, coincidentemente, o Tricolor conseguiu uma falta frontal. A chance de empatar aparecia na bola parada. Hernanes bateu forte, a bola desviou na barreira e tirou as chances de defesa de Gledson: 1 a 1.

Geninho também resolveu arriscar. Também tirou um zagueiro e colocou um homem de frente: Elton. E o São Paulo começava a incomodar Gledson. Borges chegou em cima e até derrubou o goleiro. O jogo ficou ainda mais aberto. Aos 22, Bruno Mineiro mergulhou na área para tentar pegar o cruzamento de Patrick, mas a bola passou por cima do gol de Bosco.

Se no primeiro tempo as reclamações contra a arbitragem eram dos são-paulinos, na segunda etapa foi a vez de o Timbu chiar. Geninho esbravejou tanto com o auxiliar por um impedimento não marcado que acabou expulso pelo árbitro Francisco Nascimento.

O São Paulo voltou a ter problemas com cartões. Após receber um amarelo no primeiro tempo por reclamar da expulsão de Junior Cesar, Richarlyson cometeu uma falta aos 28 minutos e tomou o segundo, seguido do vermelho. Gomes havia acabado de colocar o jovem Oscar na equipe e precisou agir rápido, chamando Rodrigo para recompor a zaga. Borges foi o sacrificado.

Aos 31, Carlinhos Bala bateu de primeira pela esquerda, e a bola raspou a trave de Bosco. A resposta tricolor veio com Hugo, que chutou forte, mas viu Gledson fazer boa defesa e evitar o segundo gol paulista. Aos 34, mais um susto para Bosco, que precisou se esticar todo para defender uma pancada de Michel. Com tudo aberto, as duas equipes tinham boas oportunidades.

Cláudio Luiz cometeu falta dura e, como já tinha amarelo, deixou o Timbu com dez, justamente no momento em que o São Paulo pressionava mais. Em seguida, o alvirrubro Ailton caiu na área pedindo pênalti que não existiu. E no troco, Hugo teve a chance de marcar, mas chutou sem muita precisão. Um minuto depois, o jogador fez o que a torcida tricolor mais esperava: golpe fatal de 'Jason'. Encheu o pé após o toque de Oscar, sem chances para Gledson: 2 a 1. O time paulista segurou o resultado e saiu aos gritos de "o campeão voltou".

O time paulista só volta a jogar na quarta-feira da semana seguinte (dia 7), contra o Coritiba, no Morumbi. O time pernambucano também tem uma semana para se preparar para o duelo contra o Internacional, no Beira-Rio, no mesmo dia.