sexta-feira, 12 de março de 2010

Liderança em xeque nos campeonatos europeus

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Por Gabriel Seixas

Está chegando mais um fim de semana com muitos jogos pelo continente europeu, e a sexta-feira serve como “aperitivo” para o que vem por aí. Hoje tivemos três partidas importantes: uma na Itália, outra na Alemanha, e outra na Holanda. O que há de comum entre elas? Todas envolvendo a liderança de seus respectivos campeonatos.

Na Eredivisie, Twente e ADO abriram a 27ª rodada. Era o confronto do líder contra o antepenúltimo, e o resultado esperado acabou sendo confirmado: vitória do Twente por 3 a 1. E foi o ADO que abriu o placar, com Verhoek. Coube ao costarriquenho Bryan Ruiz virar o jogo, e ainda ver seu companheiro Kenneth Pérez fechar o placar. Foi a quinta vitória consecutiva do Twente no Campeonato Holandês, e mais: o time abriu cinco pontos de vantagem na liderança para o PSV, que no domingo, enfrenta o 3º colocado Ajax fora de casa.

Pela Bundesliga, o “tempero” brasileiro foi essencial para a vitória do Schalke por 2 a 1 sobre o Stuttgart. Os Azuis Reais abriram o placar com Edu, que veio do futebol coreano (e tem pouquíssima, pra não dizer nenhuma, reputação no futebol brasileiro). Tasci empatou, mas logo Kevin Kuranyi, brasileiro naturalizado alemão, concretizou a vitória do líder Schalke. Bem, pelo menos até amanhã, quando o vice-líder Bayern de Munique recebe o Freiburg no Allianz Arena, e deve ultrapassar o Schalke. Mesmo porque é difícil acreditar numa derrota dos comandados de Louis van Gaal.

Pra encerrar, na Itália, a líder Internazionale foi enfrentar o limitado Catania fora de casa. Mas o jogo se mostrou bem mais difícil do que o esperado, e apesar disso, o artilheiro Milito colocou a Inter na frente no marcador. O Catania, que jogava melhor, conseguiu o empate com outro argentino, Maxi López, que veio do Grêmio. Mas o melhor ficou para os minutos finais: Muntari, que mal havia entrado no time da Inter, cometeu pênalti e foi expulso. Mascara foi para a cobrança, e se mostrou pouco intimidado em enfrentar o melhor goleiro do mundo, Júlio César: cobrou o penal à lá Djalminha, com um leve toque de classe, no ângulo.

Martínez ainda marcou o 3º do Catania nos minutos finais, concretizando a segunda vitória do time contra os quatro grandes do futebol italiano em seis jogos. Já a Inter, que só ganhou um dos últimos cinco jogos no Calcio, vê o sonho do pentacampeonato ameaçado. Se o Milan vencer o Chievo, no domingo, diminui a vantagem para os nerrazurri para 1 ponto. Vai ser necessário a Inter mostrar muito mais do que vem apresentando para eliminar o Chelsea no meio de semana, pela Champions League.

Inter não joga bem e empata com o Deportivo Quito pela Libertadores

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Por Gabriel Seixas

O Inter teve dificuldades para jogar contra o Deportivo Quito, na capital equatoriana. Burocrático, o Colorado nada fez para merecer a vitória, e acabou comemorando um empate em 1 a 1. Os equatorianos jogaram melhor no primeiro tempo, e marcaram primeiro, com Minda, mas ainda no finalzinho da etapa inicial, Giuliano empatou para o Inter. No tempo complementar, o Colorado comprovou que estava mesmo sem inspiração, e só não saiu com a derrota porque o goleiro Abbondanzieri estava em uma noite inspirada. O próximo compromisso do time brasileiro é contra o líder do grupo, o Cerro, do Uruguai, mais uma vez fora de casa, na próxima quinta-feira. O Deportivo Quito luta pela primeira vitória na Libertadores no “clássico” nacional contra o Emelec, mais uma vez em casa.

Jorge Fossati escalou um Inter cauteloso para jogar na altitude equatoriana, com três zagueiros e dois volantes. A zaga mesclava a experiência de Índio e Sorondo, e a juventude de Juan, que supriu as ausências de Fabiano Eller e Bolívar. Na contensão, o raçudo Guiñazu e Sandro, liberando os alas Bruno Silva pela direita, e sobretudo Kleber pela esquerda, para auxiliar Giuliano na armação. Na frente, a criticada dupla de ataque Edu e Alecsandro.

O Deportivo Quito se dava ao luxo de jogar em casa, mas não com um apoio maciço da torcida – que não compareceu em bom número ao estádio Olímpico Atahualpa. Ainda assim, começou jogando melhor, e teve uma boa chance de marcar aos 16 minutos. Niell recebeu lançamento e tocou na saída de Abbondanzieri, mas Sorondo salvou providencialmente o Inter de levar o primeiro gol.

Pirchio e Aguirre arriscaram sem sucesso para o Deportivo Quito, assim como Giuliano, pelo Inter, que levou um perigo danado ao goleiro Ibarra. Mas o primeiro gol do jogo foi mesmo dos equatorianos, aos 33 minutos: Arroyo avançou pela esquerda e bateu, mas Abbondanzieri espalmou. Na sobra, Niell desviou, mas foi Minda que empurrou pras redes.

A resposta colorada veio sete minutos depois. Alecsandro chutou da entrada da área e a bola bateu na trave. Na sobra, Edu não conseguiu o domínio e a bola sobrou para Giuliano, que mandou pro gol e empatou a partida.

O Inter precisava voltar para o segundo tempo mais inspirado para sonhar com a vitória. Acordou para o jogo apenas após o gol sofrido, mas o intervalo fatalmente freou o ritmo e o Quito cresceu novamente. E aos sete minutos, quase a situação complica de vez: Pirchio entrou na área, deu um encontrão em Abbondanzieri e o juiz marcou erroneamente o pênalti. Dois minutos depois, o árbitro José Buitrago corrigiu o erro e desmarcou o penal, para irritação geral da torcida equatoriana no estádio.

Contudo, o Deportivo Quito continuou buscando o gol, e aos 14 minutos quase conseguiu em uma cabeçada de Niell, que passou com perigo rente ao gol de ‘Pato’ Abbondanzieri. Cinco minutos depois, uma chance ainda mais clara: Borghello cruza, Niell erra o domínio e a bola sobra para Donoso, que chuta pra fora.

Percebendo a apatia de seu time, Fossati fez a primeira alteração do Inter: colocou D’Alessandro no lugar de Edu, que mais uma vez rendeu pouco. Mas o time continuou assistindo o Deportivo Quito jogar, e quase sofreu o segundo gol em dois lances praticamente consecutivos: no primeiro, Borghello recebeu de Niell e chutou, mas Pato espalmou pra escanteio. No minuto seguinte, foi a vez de Mina cabecear pro gol, exigindo mais uma vez reflexo de Abbondanzieri, o nome do jogo.

Fossati mexeu mais uma vez, dessa vez recuando o time, colocando o volante Wilson Mathias no lugar de Giuliano. Pouco depois, foi a vez de Taison entrar no lugar de Alecsandro, que é o artilheiro do time na temporada, mas não é unanimidade na torcida.

Mas a situação continuou complicada, e o Deportivo Quito teve sua última chance para sair com a vitória. E que chance! Abbondanzieri deu rebote em falta cobrada por Donoso, e na sobra, Borghello chutou, mas Kleber mandou de cabeça pra escanteio e salvou o Inter. Não se esperavam tantas dificuldades, e nem um Inter tão previsível, mas certamente, diante das circunstâncias, foi um grande resultado obtido.