sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vasco bate Inter e conquista primeira vitória no Brasileirão

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Por Gabriel Seixas

- Demorou, mas o Vasco finalmente conseguiu sua primeira vitória no Brasileirão. Pressionado pela má fase e pela invasão da torcida no treino da última terça-feira, o time cruzmaltino recebeu o Internacional, saiu para o intervalo perdendo por 2 a 0, mas na base da superação, virou para 3 a 2 na etapa final. Elton, Philippe Coutinho e Nilton marcaram os gols do Vasco, enquanto Andrezinho fez os dois dos Colorados.

- É bem verdade que Celso Roth escalou equivocadamente o Vasco. Magno e Jeferson, ainda que não estivessem em melhor forma, eram as melhores opções na armação. Roth preteriu os dois, armando o meio-campo com quatro volantes: Nilton, Rafael Carioca, Leo Gago e Souza. Cesinha, recém-chegado do Santo André, fez sua estreia na zaga. Philippe Coutinho continuou tendo a companhia de Elton no ataque, este que chegou a ter sua vaga ameaçada por Dodô.

- Antes do jogo, o elenco do Internacional fez um pacto: focar apenas no Brasileirão, já que a disputa da Libertadores só retorna depois da Copa. Em tese, deu certo. Jorge Fossati escalou o time sem D’Alessandro, contundido, mas o seu substituto estava inspirado, pelo menos nos primeiros 45 minutos: Andrezinho.

- Mas isso não é assunto pra agora. O primeiro tempo foi de baixíssimo nível técnico, com o Vasco sofrendo para criar jogadas. Sem o apoio dos laterais (Ramon jogou no sacrifício a etapa inicial), a saída era arriscar de fora da área. Leo Gago e Elton tentaram, mas não conseguiram balançar as redes.

- Por sua vez, o Inter também deixava muito a desejar. Os colorados não sabiam tirar proveito de um adversário desarrumado, e principalmente pressionado, e também procuravam arriscar de longe. Walter, logo nos primeiros minutos, deu trabalho a Fernando Prass, que fez grande defesa.

- Quando o Internacional finalmente se encaixou, abriu o placar aos 38 minutos. Andrezinho recebeu na área, ajeitou pra perna esquerda e bateu forte pro gol. A bola desviou na zaga e enganou Fernando Prass, que viu a bola morrer no fundo das redes. Se a paciência da torcida vascaína já não era das maiores, ficou ainda menor aos 40. Andrezinho, de novo ele, recebeu de Alecsandro e deu um toque por cobertura, que matou Prass: 2 a 0 Inter.

- Aos gritos de ‘time sem vergonha’, o Vasco foi para o intervalo. Como já era previsto, a torcida não perdoou a apatia do time, e protestou bastante nas arquibancadas. Celso Roth fez a sua parte: lançou Jeferson no lugar de Leo Gago, mudando o esquema para 4-3-1-2. Coincidência ou não, o time descontou no placar logo aos 4 minutos. Elton recebeu na área, girou pra cima da zaga e bateu forte, no ângulo do goleiro Abbondanzieri.

- Se o placar ainda era desfavorável, ao menos a atitude era outra. Roth colocou o time pra frente de vez, lançando Dodô no lugar de Souza. O Inter recuou demais, e sofreu um grande baque aos 18 minutos, quando Fabiano Eller cometeu falta dura em Jeferson, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Fossati recompôs a zaga com a entrada de Juan no lugar do atacante Walter. O outro jogador de frente, Alecsandro, foi substituído por Taison, colocando a equipe de vez na base dos contra-ataques.

- Só que os contragolpes do Inter passaram a ser cada vez mais raros. Com um jogador a mais, o Vasco tomou o controle da partida, e através do lateral Ernani, que substituiu Ramon, construiu a jogada do gol de empate: ele foi “derrubado” por Nei na área, e o árbitro Heber Roberto Lopes, equivocadamente, deu pênalti.

- Os jogadores do Inter reclamaram. Philippe Coutinho não. Um dos principais alvos das críticas dos torcedores na invasão ao treino da última terça, ele se apresentou para a cobrança, e com categoria, mandou a bola pras redes. Coutinho, de apenas 17 anos, deu uma de Adriano e não comemorou.

- Pra variar, a teoria de que ‘o Vasco é o time da virada’ ganhou mais um capítulo. Aos 38 minutos, Nilton recebeu passe de Philippe Coutinho (que cresceu muito de produção na etapa final), e da entrada da área, bateu com força, no ângulo. Golaço, que explodiu de vez São Januário, e transformou as críticas do intervalo em festa no fim do jogo.