domingo, 8 de agosto de 2010

Corinthians vence, segue na cola do líder e amplia crise do Fla

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Por Gabriel Seixas

A vitória do Corinthians sobre o Flamengo no Pacaembu apenas evidenciou a realidade das duas equipes no Campeonato Brasileiro: enquanto o Timão, mesmo com a troca de treinador, segue cada vez mais firme na briga pelo título, o rubro-negro já dá sinais de que a permanência na elite do futebol nacional não será encarada como obrigação, e sim como um desafio – ainda que a situação, pelo menos na tabela, não seja desesperadora.

Em 13 rodadas, o Corinthians já abriu oito pontos de vantagem para quarto e quinto colocados, Internacional e Cruzeiro, respectivamente. A julgar pelos jogos restantes parece pouco, mas o momento e o entrosamento desta equipe credenciam o Timão a candidato ao caneco. A diferença para o líder Fluminense é de apenas um ponto.

Adilson Batista deu a sorte de encontrar uma base montada, mas já começa a criar soluções próprias para uma possível reorganização do time. O sistema 4-2-3-1 variando para 4-3-3 idealizado por Mano Menezes segue mantido, mas quando Dentinho, o homem que ocupa o lado direito da terceira linha, precisou ser substituído por contusão, Adilson apostou no marcador Paulinho. A alteração não só configurou um meio-campo com quatro jogadores de ofício, como fez de Elias o principal armador do time.

Em relação ao duelo de hoje, o jogo esteve absolutamente controlado pelo Corinthians em todos os momentos. Elias marcou o gol da vitória aos 38 minutos do primeiro tempo, quando os alvinegros já haviam tido um pênalti não marcado em cima de Jorge Henrique. Por sinal, o camisa 23 foi um dos jogadores mais insinuantes da partida, levando a melhor em praticamente todas as jogadas construídas nas costas de Leo Moura e Jean.

A fragilidade do adversário era tanta que pouco se ouviu algum corinthiano lamentar a ausência do ótimo Bruno César no meio-campo. Sem dúvida, com o maestro do Timão em campo, as chances de gol criadas e até mesmo o placar certamente teriam sido maiores.

Com o jogo controlado, os defeitos do time paulista praticamente não ficaram evidenciados, como a falta de um centroavante, por exemplo. Enquanto Ronaldo não volta, o esforçado Iarley faz aquele papel, mas visivelmente sem a mesma eficiência.

No sistema defensivo, quase nenhum problema. Ralf e Jucilei formam uma das melhores duplas de volantes do Brasil, com uma bela contribuição do segundo, que desde quando teve sua presença confirmada na lista de Mano Menezes para a seleção, adquiriu confiança e vem jogando com ainda mais naturalidade. O quarteto defensivo posicionado mais atrás já está na memória de qualquer corinthiano: Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos. Isso explica (e muito) a consistência naquele setor.

Enquanto tudo são flores no Parque São Jorge, a crise só aumenta pelos lados da Gávea. O Flamengo foi o único carioca a perder na rodada, e o que parece ser apenas uma coincidência, é uma constatação: no momento, o Fla é o pior time do Rio de Janeiro. Nos critérios de desempate, o Vasco fica atrás do Fla na tabela, mas passa por um momento de franca ascensão e tende a ganhar ainda mais posições.

Com o elenco atual, fica difícil imaginar o Flamengo escapar da briga pelo rebaixamento. Renato Abreu e Leandro Amaral, dois dos reforços que ainda não estrearam, são ótimas opções no elenco, mas o fato de serem vistos como salvadores da pátria pode pesar contra ambos. Se antes o Fla tinha uma dupla de ataque de peso, formada por Vagner Love e Adriano (o Império do Amor), hoje a dupla é de...peso também. Val Baiano deve estar de mal com a balança. Quem o vê, jura que é jogador de pelada.

O outro atacante, Cristian Borja, pode até não ser rechonchudo, mas é visivelmente limitadíssimo. Não tem condição alguma de ser titular de um clube da grandeza do Flamengo. O mesmo vale para o zagueiro Jean, que colecionou mais uma pífia atuação.

Petkovic, craque do último Brasileirão, hoje é visto como um problema. Sozinho, não rende praticamente nada na armação. Os laterais Leo Moura e Juan, que um dia já foram reconhecidos pela capacidade de apoio, atualmente mal fazem jogadas de linha de fundo. Até a ausência do recém-contratado Correa já virou um problema. Tudo dá errado para o Fla.

É questão de tempo a crise cair nas costas do técnico Rogério Lourenço. Aliás, está demorando até demais. Não vejo na figura de Lourenço o nome ideal para administrar a crise que vive o clube. Luxemburgo, em má fase no Atlético-MG, já é timidamente especulado.

Os números ainda inspiram alguma esperança: na campanha do título brasileiro em 2009, exatamente na mesma 13ª rodada em que estamos, o Flamengo era apenas o 11o na tabela, com onze pontos a menos que o líder Atlético-MG. Hoje o rubro-negro é o décimo, mas em compensação, a doze pontos do líder Flu. Contudo, qualquer conta envolvendo as palavras “Flamengo” e “título” soa inocente. A realidade é outra. O rebaixamento é logo ali. O Goiás, que ocupa a 17ª posição, tem apenas quatro pontos a menos.

O resultado no Pacaembu constatou o óbvio. Jogando em casa, dispondo de um time superior e de um ambiente mais favorável, o Corinthians não deu sopa para o azar. Parece contraditório, vindo justamente do esporte mais imprevisível do mundo. O panorama pode mudar, mas dificilmente a curto prazo.
Curtinha:
- No Castelão, Ceará e Atlético Goianiense não passaram de um insosso 0 a 0. No Serra Dourada, Goiás e Palmeiras ficaram no 1 a 1, e Felipão segue sem vencer no comando do Verdão. Ewerthon até colocou os paulistas na frente, mas no último minuto de jogo, Amaral empatou.

Classificação após 13 rodadas

1º Fluminense – 29pts
2º Corinthians – 28pts
3° Ceará – 21pts
4° Internacional – 20pts (6V)*
5° Cruzeiro – 20pts (5V)
6° Avaí – 19pts
7º Santos – 18pts (5V)*
8° Botafogo – 18pts (4V e 6SG)
9º Guarani – 18pts (4V e -1SG)
10º Flamengo – 17pts (1SG)
11º Vasco – 17pts (-2SG)
12° São Paulo – 16pts (4V)
13° Palmeiras – 16pts (3V)
14° Prudente – 15pts
15° Atlético-PR – 14pts (4V)
16° Vitória – 14pts (3V)
17° Goiás – 13pts
18° Grêmio – 12pts
19° Atlético-MG – 10pts
20° Atlético-GO – 9pts

*Jogo a menos

Próximos jogos

14/08 – Sábado

18h30
Atlético-MG x Guarani
Atlético-GO x Botafogo
Palmeiras x Atlético-PR
Flamengo x Ceará

15/08 – Domingo

16h
São Paulo x Cruzeiro
Prudente x Vasco
Avaí x Corinthians
Fluminense x Internacional

18h30
Grêmio x Goiás
Vitória x Santos

Cruzeiro tem empate frustrante em Ipatinga

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Por Leonardo Martins


No fechamento da 13ª rodada, o Cruzeiro recebeu o Prudente em sua nova casa, o Ipatingão. O time azul poderia ter entrado no G-4 se vencesse, mas jogou mal e não saiu de um empate sem gols, o que acabou frustrando a torcida.

O Cruzeiro jogou, por mais uma vez, sem armador e contou com a volta de Caçapa e Henrique. E, novamente, o time sentiu a falta deste armador, pois o time dominava o jogo, mas abusava da ligação direta por lançamentos da defesa para o ataque, com isto, não houveram muitas chances durante o jogo.

O Prudente aproveitou o espaço dado e chegou com perigo. Rafael Martins apareceu na área e chutou para a defesa de Fábio. Mas, apesar da pobreza de criação, a melhor chance do jogo foi do time da casa. Aos 32, Wellington Paulista recebeu na área e chutou, a bola, caprichosamente, bateu nas duas traves e voltou nas mãos de Giovanni. No mais, muita bola cruzada na área e um chute de Fabrício que passou perto.

No segundo tempo, os visitantes mudaram no intervalo, Anderson Pedra e Robson deram lugar a Flávio Boaventura e Deyvid Sacconi, o time passou a atuar com 3 zagueiros. Com isto, o que o Cruzeiro tinha de dificuldade para criar chances aumentou e o time piorou sensivelmente.

Nem as entradas de Rômulo, Sebá e Pedro Ken nos lugares de Marquinhos Paraná, Everton e Robert (este muito vaiado) melhoraram as coisas. Era muito chuveirinho na área e nenhuma chance concreta de gol Já os paulistas, assustavam nos contra-ataques, mas chances não aconteceram. E no fim, a chance cruzeirense de entrar no G-4 foi para o espaço.

Curtinhas

- O Vasco mostra sinais de reação no campeonato e continua sem derrotas na volta após a Copa. A equipe cruzmaltina venceu o Vitória, vice-campeão da Copa do Brasil, por 1 a 0. O gol da vitória vascaína foi do meia Zé Roberto na primeira etapa

- Atlético-PR e São Paulo fizeram um bom jogo em Curitiba e o empate em um gol foi ruim para as duas equipes, que estão próximos do Z-4. Ò Tricolor abriu o placar com Cleber Santana e o Furacão empatou com Maikon Leite, os dois gols aconteceram no segundo tempo.

- O jogo entre Santos e Internacional foi adiado para uma data indefinida por conta da viagem colorada ao México para a final da Libertadores contra o Chivas Guadalajara, nesta quarta-feira.

Flu consolida a Liderança

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Por Leonardo Martins


O Fluminense vem disputando o Campeonato Brasileiro brigando pela liderança com o Corinthians e cada vitória é comemorada. O desafio de hoje era grande, enfrentar o Grêmio no Olímpico, mas o Tricolor conseguiu uma ótima vitória em Porto Alegre por 2 a 1 e continua na frente na classificação.

As duas equipes entraram em campo com objetivos diferentes, o Grêmio querendo fugir da zona de rebaixamento e o Flu querendo consolidar a liderança do Campeonato. Parece que as posições no Campeonato influenciou o jogo, pois o Fluminense começou o jogo em cima dos gaúchos. Emerson foi o primeiro a assustar o gol de Marcelo Grohe, mas Roberson respondeu na mesma moeda.

Após esses dois chutes, o time carioca dominou o jogo e fez a vantagem que garantiu a liderança. Aos 16, Mariano cobrou falta que desviou na zaga e matou qualquer chance de reação do goleiro gremista. 1 a 0. Um pouco depois, Conca deu excelente passe para Emerson driblar o goleiro e fazer o segundo gol tricolor

O Tricolor gaúcho tentou reagir no jogo, mas quem criou chance foi o Tricolor Carioca com Mariano que chutou longe do gol de Grohe. Só aos 35, os mandantes tiveram ótima chance com Maylson que obrigou Fernando Henrique a fazer grande intervenção. O time gremista sentia a pressão de estar no Z-4.

Nos últimos minutos da etapa, o Tricolor do Rio teve chances de ampliar mais ainda o placar, mas Diguinho chutou longe e a zaga salvou em cobrança de escanteio. Aos 44, Emerson fez boa jogada e em vez de cruzar para Washington, arriscou o chute. Última chance gremista foi com o ex-tricolor André Lima que obrigou Fernando Henrique a fazer nova grande defesa. Vaias gaúchas ao fim da primeira etapa.

Mudanças no intervalo. Silas promoveu o retorno de Souza no lugar de Adilson enquanto Muricy trocou Emerson por Rodriguinho. Como só restava ao Grêmio atacar, os gaúchos foram para cima e André Lima exigiu nova intervenção do goleiro carioca. Aos 11, nova chance do líder e Mariano arriscou de longe e levou perigo.

Aos 16, o Grêmio deu uma animada com a expulsão de Fernando Bob ao receber o segundo amarelo. Com isto, a permanência de Rodriguinho no campo durou apenas 16 minutos e deu lugar a Marquinhos.

Mas a pressão gremista continuava em campo, porém, sempre na base do desespero. O que fazia com que os gremistas não criassem boas chances. Roberson, Souza e André Lima tentaram e não conseguiram concluir a gol com perfeição. Aos 42, o gol de honra apareceu, chutão para a área e André Lima apareceu para concluir e, finalmente, vencer o duelo com Fernando Henrique.

O gol de empate não veio e os cariocas consolidaram a liderança do Brasileiro com uma ótima vitória. Ao Grêmio restou lamentar a permanência na zona vermelha e demitir o técnico Silas

Galo em crise

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Por Gabriel Seixas

Botafogo 3x0 Atlético-MG. Eu poderia dedicar o texto a grande atuação coletiva dos comandados de Joel Santana, que não param de ganhar posições na tabela a cada rodada. Poderia dedicar a Maicosuel, o Mago alvinegro, que no seu retorno ao Engenhão, presenteou a torcida com um gol. Falando nela, esta crônica também poderia ser dedicada a massa botafoguense, que colocou mais de 27 mil pessoas no Engenhão. Para um estádio popularmente conhecido como “Vazião”, seguramente um feito inédito.

Entretanto, o que me deixa intrigado é o fato do time atleticano, novamente derrotado, ainda não ter se acertado à essa altura do campeonato. Eu já havia destacado aqui o quão impressionado estava com a qualidade da montagem do elenco atleticano, que assim como qualquer time, sofre com carências em algumas posições. Somado ao fato do Galo possuir um técnico vitorioso (e infelizmente desmotivado), Vanderlei Luxemburgo, concluí que era apenas questão de tempo a equipe espantar a má fase. Bola fora.

Até aqui, de nada adianta ter sido o time brasileiro que melhor se reforçou na intertemporada. Sem padrão tático, os jogadores mineiros parecem mais um bando em campo. Aqui caberiam várias definições, menos 'time'. Luxemburgo, acostumado a dirigir equipes vitoriosas, não dá sinais de que tem condições de reerguer o Galo. Sozinho realmente não haveria como ser possível, mas ao contrário do que dizem, pelo elenco que possui, poderia fazer MUITO mais.


Infelizmente, quando a fase não é boa, nada (nada mesmo) dá certo. Diego Tardelli, um dos melhores atacantes do futebol brasileiro e que está convocado para a seleção, parou de fazer gols. Obina, iluminado no início da temporada, já voltou a ser o que todos conhecem, e causando ainda mais indignação, ostentando a camisa 10. Aliás, a própria numeração do Galo já retrata a bagunça que é o time: Diego Souza, armador e principal contratação do clube para 2010, veste a camisa...1. É mole?

As atuações pífias de Diego devem mesmo ser culpa da camisa 1. Quem a vestiu antes em 2010, não tem boas recordações: Carini, Aranha, Marcelo e Fábio Costa, este o goleiro titular da atual equipe. É impressionante a quantidade de atletas que não conseguem (ou não conseguiram) se firmar na meta atleticana.

A zaga, outro problema crônico do Atlético, dispõe de jogadores como Réver (outro convocado por Mano Menezes), Lima, Cáceres, Werley e Campos. Os dois primeiros são ótimos, o terceiro e o quarto são de razoáveis pra bons e o último é limitado, porém experiente e tem Libertadores no currículo. Qualidade existe, mas falta entrosamento e um melhor encaixe, que deveria partir das ideias do vitorioso Luxa.Ainda há tempo, e talvez o Atlético possa resgatar uma fórmula que deu certo em 2006, na campanha do acesso a Série A, por exemplo: recorrer aos pratas-da-casa. No plantel atual, apenas o zagueiro reserva Werley atende a esse status. Estrutura de base os mineiros tem. Aliás, falando em estrutura, o Galo é praticamente imbatível nesse quesito no futebol brasileiro, a analisar principalmente pela qualidade da Cidade do Galo, o centro de treinamento do clube.

Pra não monopolizar o texto: grande partida do Botafogo! Goleada merecida e convincente. No reencontro com a torcida, Maicosuel deixou sua marca. Jobson não fez gol, mas com outra ótima atuação, já mostra que tem condições de ser titular. Herrera, retornando de contusão, marcou o seu de pênalti. Até Alessandro, que conseguiu a proeza de ser vaiado com um minuto de jogo, teve boa participação.Ao contrário do rival mineiro, tudo dá certo para o Botafogo. O oitavo lugar ilustra bem a ascensão dos comandados de Joel, que outrora flertavam com a zona de rebaixamento. Para tal, não foi preciso mexer no comando, por exemplo. Bastou encaixar os reforços aos poucos e padronizar o time taticamente. É justamente o que falta ao Atlético. O recado está dado. Ainda há possibilidades, mas confiar no próprio taco pode ser insuficiente na reta final.