Por Gabriel Seixas
Entra rodada, sai rodada e o Vasco continua vítima de sua própria sina. Não é de hoje que o time se impõe no início das partidas, abre boa vantagem no placar, recua excessivamente e acaba chamando o empate. Esse panorama refletiu exatamente o que foi o empate em 3 a 3 frente ao Grêmio neste sábado. São Januário recebeu bom público e foi palco de uma ótima partida. O fato é que a igualdade distancia ainda mais gremistas e vascaínos do sonho da Libertadores.
PC Gusmão indiscutivelmente faz um bom trabalho sob o comando do Vasco. Desde que assumiu o comando do time, só perdeu para o Internacional. O problema é o excesso de empates ao longo da campanha: até aqui, são 14 em 28 partidas. Um número absurdo. Os vascaínos não podem se dar por satisfeitos apenas por se distanciar consideravelmente da zona do rebaixamento. O time tem potencial pra almejar muito mais.
Uma vez li que, caso os jogos do Brasileirão fossem com apenas 45 minutos de duração, o Vasco provavelmente seria líder do campeonato. Faz sentido. É um time que, sobretudo jogando em casa, sabe se impor diante do adversário. O Grêmio deu espaços, é bem verdade. Têm laterais que não marcam e zagueiros limitados tecnicamente – Paulão, Rafael Marques e Vilson. O Vasco achou o gol com o principal destaque do time nas últimas partidas: Eder Luis, aproveitando bom passe de Zé Roberto.
Só que o time de Renato Gaúcho merece respeito. Principalmente do meio pra frente. Principalmente por Jonas. Como faz gol o camisa 7 do Grêmio. De todos os jeitos. Foi do artilheiro o gol de empate, e quando o Grêmio tentou arrastar um empate até o intervalo, acabou levando o segundo no último minuto da etapa final. Cesinha aliviou a torcida do Vasco, que já poderia ter comemorado o segundo tento em lances anteriores.
Na etapa final, o Vascão manteve o embalo e ampliou com Fellipe Bastos, cobrando falta. Além de ser uma boa alternativa nas bolas paradas, o volante ex-Benfica também ajudou a dinamizar a meiuca cruzmaltina. Aí voltamos ao parágrafo anterior. O Grêmio tem Jonas. Com o faro de gol apurado, ele marcou seu 19º gol no campeonato, diminuindo o placar. Os números são impressionantes: oito gols de vantagem para o vice-artilheiro do Brasileirão, Bruno Cesar, 38 na temporada e 71 com a camisa tricolor.
O supracitado Renato Gaúcho também contribuiu na decisão da partida. Em busca da vitória ou pelo menos de um empate, ele foi alvo de críticas ao lançar a campo o lateral Edílson. A intenção era adiantar Gabriel para o meio-campo, ajudando Diego Clementino na armação. Deu certo. Gabriel, lateral-direito de origem e meia-direita em São Januário, marcou de canhota. Renato andou falando em título. O empate minimiza consideravelmente as chances do sonho se realizar, mas ainda há possibilidade.
O Vasco segue em sua indefinição. Não sabe se olha pra parte de cima ou pra parte de baixo da tabela. Não consegue bolar um método para se livrar de sua própria sina. A comemorar, apenas as grandes fases de Fellipe Bastos, Zé Roberto e Eder Luis. Ainda é pouco. A tolerância com excessivos empates acabou. E faz tempo.
Curtinha:
- Com gols de Maranhão e Zé Eduardo, o Santos venceu o Atlético-PR por 2 a 0 e continua sonhando com o título. Em Presidente Prudente, o lanterna Prudente perdeu para o São Paulo por 3 a 2. Ricardo Oliveira foi o artilheiro do jogo, marcando os três tentos do tricolor paulista.
