segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Que venha a Argentina! (Brasil 2x0 Ucrânia)

Share |
Por Gabriel Seixas

Em se tratando se seleção brasileira, qualquer prognóstico que se faça sobre o desempenho de Mano Menezes no comando até aqui é precoce, mas é inegável que os números são animadores. Tudo bem que Estados Unidos e Irã não foram adversários à altura, assim como a Ucrânia não foi hoje. O grande teste será dia 16 de Novembro, contra a Argentina, no Catar. Por hora, Mano tem promovido uma rotatividade de jogadores sem comprometer o entrosamento dos mesmos, o que vem dando certo.

A defesa é o primeiro ponto a ser comentado. Nenhum gol sofrido em três jogos. Thiago Silva e David Luiz a cada jogo se firmam como titulares na zaga, ainda sem saberem se a dupla Lúcio e Juan, um dos pilares da fracassada campanha do Brasil no último Mundial, será reaproveitada. Daniel Alves vem fazendo um papel exemplar na lateral-direita, assumindo um papel de líder e marcando gols, inclusive o que abriu o placar hoje contra os ucranianos. Ali deve pintar uma briga boa com Maicon.

André Santos parece sossegado na briga pela lateral-esquerda. Vem jogando bem, sempre combinando boas jogadas com Robinho por aquele flanco e cobrindo os espaços. Marcelo, do Real Madrid, que teoricamente seria o principal concorrente de André, provocou a ‘ira’ de Mano quando pediu pra ser cortado no período de testes que a seleção fez em Barcelona.

Adriano, que joga no Barça, teve a oportunidade de atuar em 45 minutos e não agradou muito. Na maioria das jogadas ficou preso, sempre preferindo um toque pra trás ao invés de entrar em profundidade. Na meta, Victor não teve lá muito trabalho, mas quando foi exigido, se mostrou inseguro. Entretanto, está mais do que preparado para figurar em outras convocações. Neto, do Atlético-PR, e Jefferson, do Botafogo, poderiam ao menos ter sido testados.

A dupla de volantes Lucas e Ramires também se mostra intocável. A saída de bola da seleção melhorou consideravelmente em relação a Copa, quando tínhamos Gilberto Silva e Felipe Melo na mesma posição com Josué e Kleberson no banco. Mano tem opções como Hernanes, Sandro e Jucilei caso queira promover alguma mudança, o que não tem se mostrado necessário. É Lucas quem tem demonstrado maior regularidade. Ramires ainda está muito aquém daquele que fez uma ótima Copa das Confederações com a seleção.

No 4-2-3-1, Mano ainda encontra soluções para a “terceira linha” do esquema tático. Robinho segue firme e forte no flanco esquerdo – e com a braçadeira de capitão -, enquanto Carlos Eduardo, que jogou centralizado contra o Irã e demonstrou certa insatisfação, foi deslocado para a meia direita e rendeu mais. Foi autor da assistência do segundo gol, marcado por Pato.

Philippe Coutinho atuou contra o Irã e Elias contra a Ucrânia. Ambos não foram bem. Entretanto, Elias já trabalhou com Mano e Coutinho tem a chance de se redimir com o treinador em Inter x Tottenham, pela Champions League, que será acompanhado pelo treinador.

Por fim, o desempenho de Alexandre Pato na frente tem evidenciado o ótimo rendimento desta nova seleção. Foram três gols marcados em três partidas, isolado na artilharia da ‘Era Mano’. Isso significa que as oportunidades têm sido criadas pelos homens de trás, e a tendência é melhorar. Vale frisar também as ausências de Ganso (lesionado) e Neymar, que devem retomar a condição de titulares exercida contra os Estados Unidos.

Tendo em vista um duelo atípico, que vai exigir ainda mais desta seleção, Mano tem a opção de reutilizar jogadores que fracassaram na última Copa, como Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e outros. As opções são excelentes e Mano a cada jogo tem implantado sua filosofia de jogo. Contra a Ucrânia, uma exibição satisfatória. No geral, a impressão é melhor ainda. A seleção está pronta para encarar a Argentina. Pronta para apagar de vez a má impressão deixada na África do Sul. Pronta para o que der e vier.